terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Plínio pede unidade da esquerda para enfrentar burguesia

No primeiro debate entre os pré-candidatos do PSOL para as eleições presidenciais de 2010, realizado nesta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro, Plínio Arruda Sampaio conclamou o partido à unidade para enfrentar a burguesia na dura batalha eleitoral deste ano. O debate contou com uma participação maciça da militância, com cerca de 500 pessoas presentes ao auditório do Sindsprev (Sindicato dos Previdenciários do Estado).
No início, cada pré-candidato foi “apresentado” por um de seus apoiadores. Coube ao jornalista, ex-deputado federal e dirigente do PSOL Milton Temer, ex-presidente da Fundação Lauro Campos, afirmar a pré-candidatura de Plínio. Temer declarou que, acima de qualquer disputa interna, Plínio é o melhor nome pra representar o PSOL nas eleições presidenciais, não apenas por sua trajetória política, mas principalmente por sua capacidade de aglutinar organizações de esquerda e os movimentos sociais. “O que está em jogo é como o PSOL se apresenta, após aceitar que Heloísa Helena voltasse a disputa do Senado. Que nome poderia nos representar para além das paredes do partido”, disse, completando com a afirmação de que o melhor nome para cumprir a tarefa é o de Plínio, apesar do valor das outras duas pré-candidaturas.
Plínio foi o primeiro a falar e iniciou sua intervenção apontando as dificuldades das eleições na sociedade brasileira atual. Ele citou Florestan Fernandes, ao afirmar que a burguesia brasileira se utiliza da idéia da contra-revolução permanente para bloquear o acesso do povo a qualquer instrumento de poder.
Segundo o pré-candidato, a campanha eleitoral é curta, e o debate político limitado, pois interessa à classe dominante bloquear o surgimento de qualquer projeto alternativo para a sociedade brasileira. De acordo com ele, essa restrição acontece para não permitir que o povo vislumbre uma possibilidade de alternativa à ordem capitalista.
Diante deste cenário difícil, Plinio afirmou que o partido precisa sair unificado da conferência eleitoral, que acontece nos dias 10 e 11 de abril, também no Rio de Janeiro. “Temos um grande desafio pela frente e não podemos esquecer que nosso inimigo não está aqui dentro. Depois da conferência, não tem mais Babá, nem Martiniano, nem Plínio. Tem um PSOL unido para enfrentar a burguesia”.
Ele lembrou ainda a importância de apresentar à sociedade um programa que represente o conjunto do PSOL, dos partidos de esquerda e dos movimentos sociais. Entre os pontos fundamentais deste programa, Plínio destacou a questão agrária: “A reforma agrária é a condição da liberdade e da democracia neste país”, afirmou.
Plínio destacou outra tarefa importante a ser cumprida durante o processo eleitoral: avançar na construção do partido. Segundo ele, essa é uma oportunidade importante para aglutinar e organizar nossa militância em todo o país, manter os atuais mandatos parlamentares conquistados pela sigla e buscar ampliar a representação no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas.
Em sua intervenção, o também ex-deputado federal e pré-candidato Babá defendeu a importância de resgatar a Frente de Esquerda (coligação do PSOL, PCB e PSTU em 2006) e afirmou que, apesar da conjuntura difícil, o partido não pode abandonar seus princípios. “Estou convicto que existe espaço para nossas propostas, como única alternativa para o que está aí hoje”, disse.
Martiniano Cavalcanti, o terceiro pré-candidato apresentado ao PSOL, defendeu a tentativa de aliança com a candidatura de Marina Silva buscada até o início deste ano pela direção do partido, diante da conjuntura adversa, e criticou a idéia de resgatar a Frente de Esquerda.
Os pré-candidatos participarão ainda de outros nove debates em todo o país antes da conferência eleitoral. Até agora, Plínio conta com o apoio de cinco das nove tendências nacionais do PSOL (Coletivo Socialismo e Liberdade, Bloco de Resistência Socialista, Trabalhadores na Luta Socialista, o agrupamento do qual Milton Temer é um expoente – conhecido como Grupo do Rio – e Enlace). Os três deputados estaduais do PSOL – Raul Marcelo (SP), Marcelo Freixo (RJ) e Carlos Giannazi – também apóiam Plínio.

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